"O engodo arminiano pentecostal da AD - 1a Parte (A perda da salvação)."

A Declaração de Fé das Assembleias de Deus, lançada nesse mês, traz em seu credo o apostasista dogma remonstrante da perda da salvação, cujos argumentos iremos refutar a luz das Escrituras:

a. A doutrina do "uma vez salvo, sempre salvo" é irrefutavelmente bíblica, e resulta no fato de que aquela pessoa que recebeu a vida eterna, passou da morte para a vida(Jo 5:24), isto é, não poderá voltar ao estado de morte espiritual, não pode mais sofrer a morte espiritual que o levaria a condenação eterna (Jo 6:50,51,58). E é nesse sentido que a Harpa Cristã, hinário da AD, canta:

"JESUS PRA SEMPRE ME SALVOU"(Hino 424).

"NUNCA JAMAIS HEI DE PERECER"(146:2)

"PRA ESCRAVIDÃO DO EGITO JAMAIS EU VOLTAREI"(316:3)

"Vem a Cristo, sem tardar,
Com seus dons te quer fartar,
COM RIQUEZAS QUE JAMAIS SE PERDERÃO"(281:3)

Sim, o crente nasceu de novo, e é impossível que uma pessoa assim nascida de novo volte a ficar "pra nascer", isto é, depois que se nasce é impossível retroceder ao estado antes do nascimento, estado de inexistência. E disso temos plen

a certeza, diante da opinião de João, que diz que todos os que nasceram de novo, derrotarão este sistema mau de coisas(1 Jo 5:4). É como a Harpa Cristã canta:

"Sim, TODO AQUELE QUE RENASCER TEM O PENHOR DA GLÓRIA"(522:4).

Sim, o Espírito Santo, como penhor de nossa redenção(Ef 1:13-14) é garantia de nossa salvação.

E, segundo Paulo, nossa adoção é uma garantia de não somente estarmos livres de voltarmos ao terror da escravidão (Em 8:14-16), mas também de herdarmos e chegarmos a glorificação (Rm 8:17). Por isso, ele afirma que cada um dos regenerados aguarda a glorificação (Rm 8:23), amparados pela intercessão do Espírito (Rm 8:26-27), e no poder do eterno decreto de Deus, segundo o qual "AOS QUE ELE JUSTIFICOU A ESTES TAMBEM GLORIFICOU"(Rm 8:30). Não sei como um pecador justificado pelos méritos de Cristo, isto é, declarado inocente, "INCULPAVEL"(Cl 1:22), pode ainda ser condenado por Deus, o justo juiz, se este aceitou como eficaz este sacrifício(Rm 5:8-11). Desde quando Deus condena inocentes? Totalmente absurda e ímpia a ideia de alguém comprado pelo sangue do Cordeiro, possa ter outro destino que não o de terminar a sua vida dentro de seu reino, como um de seus verdadeiros sacerdotes:

"... porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação, E PARA O NOSSO DEUS OS FIZESTE REIS E SACERDOTES, E ELES REINARÃO SOBRE A TERRA"(Ap 5:9,10).

É como canta a Harpa Cristã:

"O SANGUE DE CRISTO GARANTE SALVAÇÃO"(334:2)

"Tenho gozo mui superno,
Pelo sangue que verteu,
NEM O MUNDO, NEM O INFERNO,
TIRAM A VIDA QUE ME DEU"(419:4)

b. O crente zela, não pela manutenção de sua salvação(Lc 22:31-32; Fl 1:29), mas por sua salvação, isto é, por sua condição de salvo(1 Pd 4:13-29; Fl 2:13-16; 2 Tm 4:14-15; 1 Pd 5:6-9)). O encarregado de zelar pela manutenção de nossa salvação é o próprio Deus (Jd 24,25), que é Aquele que nos fará firmes até o fim(1 Co 1:8; Fl 1:6; Hb 12:2; 1 Pd 5:10; 2 Tm 4:18)

c. Hb 3:12 exorta a perseveranca, e, pelo contexto, cita como exemplo dos que não perseveraram os crentes nominais judeus do povo de Moisés (Hb 3:15-19), a quem classifica como incrédulos (Hb 3:19). Isto mostra que verdadeiros crentes perseveram na fé. Crentes nominais não, porque nunca nunca saíram de sua ignorância espiritual:

"Por isso me indignei contra esta geração, e disse: Estes sempre erram em seu coração, E NÃO CONHECERAM OS MEUS CAMINHOS. Assim jurei na minha ira, que não entrarão em meu repouso"(Hb 3:10-12)

O mesmo escritor aos Hebreus afirma que os verdadeiros cristãos jamais abandonam o rebanho para a perdição (Hb 10:39).

d. O texto de Ez 18:24, interpretado mediante seu contexto, não fala em morte eterna, mas na morte física de Israel:

"Todas estas abominacoes ele fez, certamente morrerá; O SEU SANGUE SERÁ SOBRE ELE"(Ez 18:13)

O próprio livro de Ezequiel mostra que as ovelhas que estão afastadas do rebanho serão procuradas e trazidas de volta pelo próprio Deus (Ez 34:11,12).

e. O texto de 1 Co 10:12, pelo contexto, mostra a possibilidade de queda no pecado, não da graça, muito menos da fé. Dizemos queda no pecado, porque os exemplos que usa anteriormente, ao mencionar os judeus reprobos, aludem aos pecados da cobiça, idolatria, prostituição, tentação a Deus e murmuração(1 Co 10:5-10). O verso 13 corrobora essa visão, se referindo ao conjunto destas coisas como "TENTAÇÃO SENÃO HUMANA", ainda que garantindo aos cristãos "O ESCAPE", para que estes possam suportar tal tentação.

Não tenho nenhuma dúvida que esta crença da AD (previamente endossada pela Contra Reforma, bem como pelo mormonismo, adventismo e russelismo) representa um insulto a doutrina da eleição(Ef 1:4,5;), redenção (Ap 5:9,10) regeneração(1 Jo 5:4-5), adoção(Rm 8:14-17) e justificação(Rm 5:8,9). Nós, como herdeiros da Reforma,
a repudiamos!

Soli Deo Gloria!

Jailson Serafin