Para Lutero, o cristianismo fora uma notável revolução dos cordeiros, da gente humilde da antigüidade que se insurgira contra as injustiças do mundo pagão. Porém, com o passar do tempo, ainda que vitoriosos, eles viram-se usurpados pela casta sacerdotal, sucessora da burocracia imperial em decadência, fazendo com que o pároco substituísse o pretor romano. Concentrando toda a autoridade ao redor do trono papal, os altos eclesiastas esvaziaram as comunidades cristãs da sua primitiva autonomia, inclusive do direito de escolherem seus próprios pastores, como antes, nos primórdios, fizeram os cristãos ao elegeram bispos a Agostinho e a Ambrósio. Pior ainda, como ele expôs no Manifesto à Nobreza Alemã, de 24 de julho de 1520, . fizeram do papa “ Senhor do Mundo”, quando o próprio Jesus Cristo insistira que o seu reino era o Reino do Outro Mundo. Aquele riqueza artística que se concentrava em Roma, a monumental Igreja de São Pedro que se erguia naquela momento, era fruto ilegítimo das arrecadações que o papado ordenara extrair da Alemanha em troca de favores a serem alcançados no mundo sobrenatural. Era com o ouro das Indulgências surripiado dos beatos alemães que erguiam-se os templos e mantinha-se o luxo em Roma.
A Reforma e a música
Os cristãos, portanto, com a Reforma por ele liderada, deviam retomar o que era seu, reconquistando o seu império perdido. A Bíblia ele tratou de traduzir para o alemão afim de que os crentes pudessem por si mesmos, ao lê-la, saber qual era a vontade e os ensinamentos de Deus. Novos hinos, diferentes dos latinos, deviam ser compostos por gente do povo. Lutero lançou-se à obra. Rompido com Roma, casou-se e fez do seu lar uma celebração diária a Deus. Cada cristão deveria seguir caminho igual, compor seus próprios oratórios, tornar a sua casa uma capela, fazer da sua família um coral, rejubilando-se pela boa vida e pela liberdade alcançada. Por toda a Alemanha, desde então, surgiram músicos, organistas ou pianistas, consagrando a vida às partituras e aos instrumentos. É Lutero quem está por detrás de Bach, de Haendel, de Haydin e de Beethoven. Se a Reforma Protestante empobreceu as igrejas, esvaziando os templos de santos e de outras pinturas decorativas, deixando-os enxutos, sóbrios, enriqueceu o espaço privado e público com o intenso som harmônico da música e das cantorias, consagrando a Alemanha como a moderna pátria dos grandes compositores.
Nasce a árvore de Natal
O lar, a capela do cristão (A família sagrada de L. Cranach)
Seguindo seus próprios conselhos, ele casou-se em junho de 1525 com Katharina von Bora, uma freira que, desertado do convento de Nimbsch, procurara refúgio em Wittemberg, tendo com ela seis filhos O lar para Lutero, o privado, passou a ser a verdadeiro templo do cristão reformado. Era ali que davam-se as Tischreden, as conversas ao redor da mesa, que faziam as vezes da comunhão. Mas faltava-lhe algo que pudesse contrapor à missa do galo dos católicos. Certa vez, numa daqueles terríveis noites geladas da Alemanha, nas proximidades do Natal, ao retornar para casa Lutero encantou-se com a paisagem. Olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado, pareceu-lhe infinitos diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, entusiasmado, colocou-o num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Em seguida, arrumou uns papeluchos coloridos para enfeitá-lo um pouco mais. Pronto, era aquilo que ele virá lá fora. Todos se afastaram e ficaram pasmos ao verem aquela árvore iluminada a quem parecia terem dado vida. Nascia assim a Árvore de Natal.
Seguindo seus próprios conselhos, ele casou-se em junho de 1525 com Katharina von Bora, uma freira que, desertado do convento de Nimbsch, procurara refúgio em Wittemberg, tendo com ela seis filhos O lar para Lutero, o privado, passou a ser a verdadeiro templo do cristão reformado. Era ali que davam-se as Tischreden, as conversas ao redor da mesa, que faziam as vezes da comunhão. Mas faltava-lhe algo que pudesse contrapor à missa do galo dos católicos. Certa vez, numa daqueles terríveis noites geladas da Alemanha, nas proximidades do Natal, ao retornar para casa Lutero encantou-se com a paisagem. Olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado, pareceu-lhe infinitos diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, entusiasmado, colocou-o num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Em seguida, arrumou uns papeluchos coloridos para enfeitá-lo um pouco mais. Pronto, era aquilo que ele virá lá fora. Todos se afastaram e ficaram pasmos ao verem aquela árvore iluminada a quem parecia terem dado vida. Nascia assim a Árvore de Natal.
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