Porque Sou Reformado






Ao longo dos anos, tenho sido freqüentemente questionado o que me

fez ser um calvinista, e agora a equipe da Chalcedon pediu que eu escrevesse

uma resposta a essa pergunta. Em parte, respondi essa pergunta no apêndice

ao meu livro By What Standard? há muitos anos. Basicamente, a resposta é

essa: eu sou um calvinista porque Deus me fez assim em sua misericórdia e

poder predestinador.

Assim, num sentido, nasci um calvinista. E eu fui batizado como uma

criança do pacto. Minha herança armênia reforçou esse fato. Desde os meus

primeiros anos, minhas memórias eram da chegada de amigos e parentes

vindos do velho país. Várias reuniões com eles seguiam-se, à medida que

outros se encontravam com eles para perguntar sobre os seus amados. Alguns

seriam informados que seus amados foram vistos flutuando mortos num rio,

ou presos por forças turcas e curdas. Isso e mais me disse que este mundo é

uma batalha entre duas forças. Fomos ordenados à vitória, nossa Fé nos

assegura, mas existe um preço.



A Bíblia nesse contexto era um livro militar, as ordens do nosso Rei

para nós, o seu povo. Tão logo pude ler, li a Bíblia continuamente. Não me

ocorreu duvidar de algo que ela dissesse. Não entendia tudo o que lia, mas

entendia o suficiente para saber que a palavra do Rei deve ser crida e

obedecida.

Anos mais tarde, como um estudante graduado, foi questionado por

outro se eu realmente tomava os Símbolos de Westminster literalmente, de

forma que li os mesmos novamente. Isso me fez mais ciente do que é um

crente Reformado, e mais clara em minha compreensão a linha de divisão.

No momento, sem dúvida, muito do que se passava por Fé Reformada

ou Calvinismo era vago e cheio de concessões. Muito dele era simplesmente

um fundamentalismo mais “dignificado”. Aqui é onde o dr. Cornelius Van Til

foi tão importante. Ele esclareceu, restaurou e desenvolveu a Fé Reformada.

Ele arrumou e modelou minha fé e direção. Não posso exagerar sua

influência, nem a força que ele me deu em meu desenvolvimento e direção.

Foi o Senhor quem fez de mim um Reformado, em sua graça e

misericórdia soberana, em seu poder e graça predestinador. Na juventude, seu

poder direcionador deixou claro pra mim que um crente é um agente, e assim

ganhei uma vocação.

Ser um crente Reformado é muito fácil: Você vai com o fluxo da

história, vai com Deus contra o homem. Ser um incrédulo é o que é difícil,

dolorosamente difícil. Conheço incrédulos bem o suficiente para saber quão

verdade isso é. A vida então não tem significado, e somos esvaziados de

qualquer verdade ou propósito. Não existe nenhuma vitória na história, e a

vida é destituída de propósito.

A Fé Reformada me diz que não existem fatos sem significado,

nenhuma factualidade bruta, para usar o termo de Van Til, na criação de

Deus. Eu vivo num cosmos de significado universal e bendito. É verdade que

ele é no presente um campo de batalha entre dois poderes diferentes, mas a

vitória do nosso Senhor está assegurada.

Meu lugar nessa batalha e nessa vitória é tudo pela graça – um

privilégio. Isso tem me trazido a minha porção de problemas, mas minha vida

tem sido uma riqueza quando comparada a de muitos parentes e ancestrais

que morreram pela Fé.

A Chalcedon foi fundada para promover nossa vitória em Cristo.

Surpreende-me que teólogos e pastores proeminentes vejam na verdade

minha fé nessa plenitude da vitória como errada. Tenho pena da falta de fé

deles, e oro para que mudem.


Rousas John Rushdoony


Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto










Comentários

  1. Infelizmente, não fui uma criança do Pacto como Rushdoony. Não tive esse maravilhoso privilégio. Mas o que não tive, ofereço hoje para minhas filhas. Elas foram batizadas na infância. Por que sou calvinista? Porque, logo após minha conversão, uma missionária deu-me de presente o "tulip" e, ao acabar de ler, só pude constatar que aquele era o Deus da Bília e assim é Deus. Se Deus não fosse Soberano, se Deus não fosse a Majestade, se Deus não decretasse a História e nossas histórias, se Deus não fosse o Salvador da Igreja, se Deus não sustentasse a santidade dessa Igreja, então Deus simplesmente seria algo criado pelo homem e jamais poderia ser o Criador e Sustentador de tudo o que há. Nas palavras de Rushdoony, o calvinismo é natural. Os outros é que sofrem por não aceitar o Deus que a Bíblia nos apresenta. Abraços!

    ResponderExcluir
  2. QUE MARAVILHA IRMÃO WANDERLEI!!
    QUE BENÇÃO!! LOUVADO SEJA O NOSSO SENHOR!
    QUE CONSTATAÇÃO MARAVILHOSA O NOSSO SENHOR NOS DÁ..QD COMPREENDEMOS ..SUA PALAVRA!
    ABRAÇOS..!!!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário